De acordo com a deformidade e com as queixas do paciente, a cirurgia ortognática pode ser realizada somente no maxilar superior (maxila), somente no maxilar inferior (mandíbula) ou em ambos. Também dependendo das necessidades do paciente, uma osteotomia na porção anterior da mandíbula (mento) pode ser necessária e é denominada mentoplastia.
Como é realizada a Cirurgia Ortognática?
O procedimento cirúrgico é realizado em ambiente hospitalar, sob anestesia geral e tem duração média de 2 a 5 horas dependendo da necessidade cirúrgica específica para cada caso. As osteotomias (cortes ósseos) são realizadas por meio de incisões todas feitas por dentro da cavidade bucal, evitando cicatrizes externas.
Uma vez realizadas as osteotomias, os maxilares são corretamente reposicionados tridimensionalmente conforme planejamento virtual realizado previamente em softwares de simulação. Assim, os maxilares são fixados nessa nova posição através de mini placas e parafusos de titânio, usando sempre como referências splints (guias) cirúrgicos confeccionados em impressoras 3D.
Pós-operatório imediato
Terminado o procedimento, o paciente acorda da anestesia geral com sua boca desbloqueada, respirando e se comunicando normalmente. Nesse momento, o paciente é levado a uma sala de recuperação anestésica, ainda dentro do centro cirúrgico, onde fica constantemente monitorado e aguardando todas as drogas anestésicas se metabolizarem em seu organismo. Quando ele está menos sonolento, dirige-se ao quarto do hospital para encontro de seus familiares e amigos e dar continuidade à sua recuperação.
Como é a recuperação do procedimento?
A recuperação da cirurgia ortognática é variável de paciente para paciente. Normalmente, entre 15 a 30 dias após o procedimento, o paciente retorna às suas atividades sociais e dentro de 3 a 4 meses para suas atividades físicas regulares.
Após a cirurgia, os pacientes permanecem com uma dieta líquida e pastosa para uma melhor adaptação muscular e também porque o edema pós-operatório impede que eles tenham o mesmo estado muscular que antes da cirurgia. Gradativamente, essa força muscular vai retornando à sua normalidade com a diminuição do edema e a melhora da abertura bucal.
Alimentação
Manter uma dieta adequada é extremamente importante para um pós operatório mais confortável. É por isso que o acompanhamento nutricional é muito importante para termos uma mudança na consistência dos alimentos sem perda nutricional dos alimentos. Nesse momento, é necessário que o paciente esteja melhor nutrido para sua recuperação ser mais rápida.
Dor
Em relação à dor, normalmente não há maiores queixas, até porque a manipulação dos maxilares faz com que haja uma diminuição da percepção de estímulos dolorosos em face nas primeiras semanas após a cirurgia. É a chamada parestesia. Gradativamente, esses estímulos sensitivos vão retornando à sua normalidade e, geralmente, os pacientes relatam apenas pequenos “choques” ou “coceiras” na região.
Os pacientes permanecem internados de 24 a 48 horas, onde ficam com medicação endovenosa sendo mais efetiva. Também fazendo uso constante de crioterapia, uma máscara facial que continuamente circula água gelada através de uma máquina. Ela promove maior conforto e redução significativa do edema pós-operatório.
Alta hospitalar
Após a alta hospitalar, muitas vezes é indicado ao paciente que permaneça somente com medicação para analgesia leve. Além de antibióticos e anti-inflamatórios.
Na grande maioria dos casos, o edema facial decorrente da cirurgia é considerável e tem o seu pico máximo nos primeiros 5 dias. Esse edema tende a regredir nos 20 dias seguintes ao período pós-operatório. No período de 6 meses após o procedimento, ainda podem ser observadas discretas alterações nos tecidos moles da face.
Devido ao trauma cirúrgico, é comum os pacientes apresentarem enrijecimento da musculatura tanto da mímica facial quanto da musculatura responsável pelos movimentos mandibulares. Isso leva a uma alteração da expressão facial do paciente e uma limitação funcional de amplitude de movimentos da mandíbula.
O grau dessas alterações é variável para cada paciente e de acordo com a cirurgia realizada. No entanto, de modo geral, os pacientes devem passar por um período de fisioterapia pós-operatória específica objetivando uma melhora mais rápida da parte funcional da face.
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Dr. Carlos Eduardo Chrzanowski
Cirurgião Bucomaxilofacial
CRO/SP: 102016
Esse protocolo pós operatório faz toda a diferença para a recuperação dos pacientes.
Temos visto pacientes com 12/15 dias de pós operatórios e com uma rotina praticamente normal, com pequenas alterações de dieta e evitando esforços físicos.
Saudações,