Tire suas principais dúvidas sobre a cirurgia ortognática

Durante o desenvolvimento do nosso corpo, podem acontecer problemas que levam a um crescimento irregular da estrutura óssea da face. Também existem situações em que as alterações se manifestam após traumas e acidentes. Para esses e outros casos podemos recorrer ao tratamento com a cirurgia ortognática.

Esse procedimento passou por muitas mudanças e, devido às inovações que surgiram, hoje trata-se de uma técnica bastante previsível e segura. Além disso, o pós-operatório ficou muito mais tranquilo e o paciente se recupera de uma maneira mais confortável.

Como esse assunto ainda desperta dúvidas e inseguranças, preparamos este artigo trazendo alguns esclarecimentos sobre a cirurgia ortognática. Saiba quais são as suas indicações, como ela é realizada, se apresenta algum risco e de que maneira ajuda a elevar a qualidade de vida dos pacientes.

O que são as anomalias dentofaciais?

Embora cada pessoa apresente características únicas, o ideal é que a anatomia seja baseada em um determinado padrão. Isso é importante para garantir o bom funcionamento de todo o organismo, o que também inclui a face.

Cada parte do nosso corpo precisa se desenvolver da maneira correta para que se encaixe em outra, promovendo equilíbrio entre elas. Dessa forma, nenhuma função é prejudicada e não existe a sobrecarga ou esforço excessivo de qualquer tecido ou órgão.

Entretanto, não são raros os casos em que acontecem problemas durante o crescimento. Eles também podem ser percebidos na face, afetando os ossos e a musculatura responsáveis pela movimentação da boca.

Essas anomalias ou deformidades interferem na mastigação, na deglutição, na fala e na respiração. Também podem afetar o posicionamento dos dentes, agravando suas consequências, além de aumentar a suscetibilidade ao desenvolvimento de problemas bucais.

Em muitos casos, tais anomalias se classificam como condições congênitas, ou seja, que acompanham o indivíduo desde o nascimento. Podem ser de origem hereditária ou uma característica inerente da pessoa, mas há situações em que as alterações ósseas ocorrem por causa de traumas e acidentes.

Não existe somente um tipo de deformidade que afeta as regiões da boca, maxilares e face. São diversas condições que interferem tanto na funcionalidade dessas estruturas quanto na estética do indivíduo. A seguir listamos alguns exemplos.

Má oclusão

O prognatismo e o retrognatismo se classificam como tipos de má oclusão porque impedem que as arcadas se encaixem adequadamente. Mas também ocorrem outras anomalias, como a mordida aberta, cruzada ou profunda. Há casos em que elas são o resultado de desalinhamentos dentários, porém, podem estar relacionadas com a posição dos ossos.

As mordidas abertas podem ser de dois tipos: anteriores e posteriores. No caso das mordidas abertas anteriores, os dentes anteriores superiores e inferiores não se tocam, mesmo quando a boca se encontra fechada. Já nos pacientes com mordidas abertas posteriores, temos a situação inversa, em que os dentes de trás não se tocam quando a boca está fechada. As causas estão ligadas principalmente pelo uso excessivo da chupeta, o ato de chupar o dedo e o uso prolongado ou inadequado da mamadeira. Algumas crianças podem desenvolver uma abertura na mordida também por conta de fatores genéticos.

Quando falamos de mordida cruzada, temos um quadro onde uma alteração da posição dos dentes dá a aparência da “boca torta”. Trata-se de uma má oclusão (mordida) na articulação entre os maxilares que tem como consequência o posicionamento de um ou mais dentes do maxilar superior fechando dentro dos dentes da arcada inferior. Temos como principais causas os fatores genéticos e de hereditariedade, além de mastigação unilateral (quando se utiliza somente um dos lados para a mastigação) e de hábitos da infância.

Já o paciente que apresenta mordida profunda apresentará os dentes da arcada superior cobrindo totalmente ou de forma acentuada os dentes inferiores. As causas também podem ser genéticas, mas também estão relacionadas à musculatura facial.

Prognatismo

Esse desajuste pode afetar o maxilar superior e/ou inferior. Quando essa alteração de posicionamento ocorre no maxilar superior, o indivíduo aparenta ter um “afundamento” na região ao lado do nariz, juntamente com a projeção inadequada da ponta do nariz. Quando ocorre em mandíbula, há uma projeção excessiva do queixo, tendo uma face com um perfil côncavo.

Dessa forma, o paciente que apresenta o prognatismo tem um perfil com “queixo para frente”. Ele pode apresentar dificuldades na mastigação e na fala, por conta de alterações do posicionamento da língua. Além disso, dores, estalos e ruídos nas articulações temporomandibulares também podem aparecer.

Retrognatismo

Assim como o problema anterior, pode afetar a maxila e/ou mandíbula, mas, nesse caso, se percebe uma projeção exagerada da maxila ou um recuo da estrutura óssea mandibular em função do seu desenvolvimento insuficiente. Então, o indivíduo aparenta ter o queixo muito pequeno com um perfil facial convexo.

O retrognatismo pode ser da mandíbula, quando a região inferior se encontra para trás ou da maxila, quando a região superior se encontra para trás. Ainda temos o retrognatismo maxilomandibular, quando tanto a mandíbula quanto a maxila são afetadas.

O paciente que apresenta um retrognatismo pode sofrer com dificuldades para se alimentar e/ou para dormir, por conta de deficiências respiratórias, além de dores na região do maxilar.

Assimetrias

Essas alterações acontecem quando ocorre um crescimento diferente das estruturas bucais e faciais. Existem casos, por exemplo, de desencontro da linha mediana da face, criando a impressão de que o rosto está torto para um dos lados.

A cirurgia ortognática é indicada para essas e outras alterações em que existe a necessidade de fazer uma intervenção na estrutura óssea do paciente. O objetivo é alcançar uma maior simetria dessas estruturas para que se encaixem com perfeição, favorecendo o seu funcionamento.

Como a cirurgia ortognática corrige essas anomalias?

A técnica aplicada na cirurgia ortognática consiste em realizar intervenções que permitam posicionar os ossos da face da melhor maneira possível. O intuito é fazer com que eles tenham um melhor encaixe, alcançando uma anatomia mais próxima possível da ideal.

Para isso, o cirurgião bucomaxilofacial trabalha os ossos por meio de cortes controlados, realizados com instrumentos específicos de precisão. Os ossos são reposicionados e fixados com parafusos e placas de titânio.

A escolha desse material se dá pelo fato de ser um metal biocompatível. Isso significa que o organismo não o entende como sendo um corpo estranho, desse modo, a cicatrização óssea não é prejudicada e o risco de rejeição é baixo.

É válido lembrar que a cirurgia ortognática não é feita como um procedimento isolado. Na verdade, é preciso que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar para alcançar os resultados esperados.

Existe, portanto, uma interação entre ortodontia, fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia e o cirurgião bucomaxilofacial. Todas essas especialidades são importantes para que o paciente consiga adequar suas funções dentofaciais à nova anatomia. Veja a seguir a importância de cada um desses profissionais na correção dos problemas e na recuperação do paciente.

O ortodontista

Na maioria dos casos, atua antes da cirurgia para corrigir problemas dentários e favorecer os resultados do procedimento. Também faz o acompanhamento posterior, a fim de realizar os ajustes finais na posição dos dentes e na mordida.

O fisioterapeuta

Tem um papel essencial durante a fase de recuperação do paciente, uma vez que ele precisará recobrar gradativamente os movimentos para se adaptar à nova posição dos ossos. As sessões de fisioterapia contribuem com o reaprendizado das dinâmicas e minimizam possíveis desconfortos e sequelas no pós-operatório.

O nutricionista

Esse profissional acompanha o paciente no pré-operatório e no pós-operatório da cirurgia ortognática, indicando o melhor tipo de alimentação para cada fase. Afinal, será preciso fazer adequações no cardápio para não prejudicar a recuperação e, ao mesmo tempo, garantir ao organismo os nutrientes necessários.

O fonoaudiólogo

Como a cirurgia trabalha toda a estrutura facial, o paciente pode ter dificuldade para realizar movimentos ao falar, engolir e fechar os lábios. O fonoaudiólogo ajuda a minimizar desconfortos, acelerar a recuperação e reorganizar a musculatura para corrigir possíveis funções inadequadas.

Sendo assim, as anomalias dentofaciais de fato são corrigidas pela cirurgia ortognática no que se refere ao reposicionamento dos ossos, mas o suporte de todos esses profissionais é importante para assegurar o sucesso do procedimento.

Quais são as indicações para a operação?

A indicação da cirurgia ortognática tem um caráter principalmente funcional. Ou seja, o objetivo central é oferecer tratamento a pacientes que apresentam problemas no desenvolvimento dos ossos da face ou que desenvolveram sequelas em função de acidentes.

Apesar disso, ela também traz impactos positivos para a estética do indivíduo. Afinal, quando os ossos são devidamente posicionados e a face assume contornos mais harmônicos e simétricos, a aparência se torna mais agradável, o que impacta, também, na autoestima do paciente.

Diversos problemas podem ser corrigidos por meio da cirurgia ortognática. Algumas situações em que ela se mostra um tratamento eficaz são:

  • Alterações na mordida que não podem ser corrigidas com aparelhos ortodônticos;
  • Distúrbios na fala, na respiração e na mastigação;
  • Desarmonias estéticas na face e no sorriso;
  • Má formações e problemas no desenvolvimento ósseo;
  • Disfunções da articulação temporomandibular (DTM);
  • Casos de ronco e apneia síndrome obstrutiva do sono.

Perceba que a cirurgia ortognática também é eficaz para tratar distúrbios do sono. Isso acontece porque, ao reposicionar os ossos, ela melhora a respiração, favorecendo a passagem do ar pelas vias aéreas superiores.

Como a cirurgia ortognática é realizada?

Para realizar a cirurgia ortognática, o paciente precisa antes ser devidamente examinado por um cirurgião bucomaxilofacial, que irá analisar suas necessidades, fazer exames e realizar o planejamento do procedimento e seus resultados.

O processo se inicia com um estudo muito detalhado do caso para observar como ocorrem as movimentações da face do paciente em diferentes situações. Essas informações são associadas aos exames, moldes e imagens capturadas da cavidade oral. Assim, é feito um estudo do rosto do paciente para que o cirurgião analise as suas queixas e o que a cirurgia promoverá de benefício.

Na primeira fase do tratamento, ainda antes da cirurgia, o paciente faz uso de um aparelho ortodôntico para alinhar e nivelar os dentes, para que haja um bom encaixe dental após o procedimento cirúrgico.

Na sequência, o paciente e todos os seus exames como tomografia e os moldes são analisados para o planejamento da cirurgia.

Todo esse material é transferido para um software de computador para se fazer o planejamento virtual da cirurgia ortognática. Ele possibilita ao profissional definir quais intervenções devem ser feitas e os locais mais adequados para isso.

O intuito é definir com maior precisão a melhor posição dos maxilares para alcançar resultados funcionais e estéticos adequados, promovendo maior segurança, previsibilidade, reduzindo tempo cirúrgico e minimizando possíveis riscos e sequelas.

As novas tecnologias permitem fazer a impressão de guias cirúrgicos por meio de impressoras 3D. Desse modo, o profissional tem um suporte para atuar com precisão de décimos de milímetros, podendo, assim, fazer intervenções exatas, preservando os demais tecidos.

Benefício antecipado

A cirurgia ortognática de benefício antecipado se caracteriza pela mudança da sequência na prática convencional da cirurgia ortognática. Assim, há uma inversão na técnica, onde a cirurgia ocorre antes do tratamento ortodôntico, com o objetivo de um resultado corretivo mais rápido.

É um tipo de técnica que pode ser usada em casos específicos, de forma alternativa, de acordo com a decisão do cirurgião bucomaxilofacial.

Saiba mais sobre o Benefício Antecipado, com o Dr. Luciano Del Santo:

O medo da anestesia

É importante salientar que antes da cirurgia ortognática, o paciente passa por uma avaliação pré-operatória. O cirurgião faz a solicitação de exames que são importantes para cada caso específico.

Assim, caso o paciente tenha alguma alteração sistêmica, outras especialidades podem ser consultadas, como um cardiologista ou pneumologista, com o intuito de analisar mais a fundo a condição do paciente para que ele esteja em condições de ser submetido à cirurgia.

Com esses exames, o paciente também passa em uma consulta com o anestesista, para garantir que está em condições de ser submetido a anestesia geral.

O procedimento

Uma vez que tenha sido feito todo o estudo do caso e o planejamento virtual, a cirurgia é agendada e o paciente recebe recomendações para o pré-operatório. O procedimento é realizado em centro cirúrgico sob anestesia geral.

Não é necessário fazer incisões no rosto, porque todos os acessos são realizados através da cavidade oral. Se for preciso, em alguns casos é realizada uma pequena incisão na lateral da face à altura da mandíbula, que não deixa cicatrizes por ser muito discreta.

As cirurgias minimamente invasivas são cada vez mais realizadas, com o intuito de diminuir o impacto cirúrgico, melhorando ainda mais a recuperação do paciente no pós-operatório. A técnica é baseada em quatro aspectos: menores incisões e acessos, otimização do material de fixação, customização e modificação das osteotomias (corte nos ossos). O conceito une a máxima recuperação do paciente em menor tempo, por conta de reduzidos deslocamentos de tecidos moles e dos cortes ósseos. Confira abaixo o vídeo do Dr. Luciano Del Santo sobre as cirurgias ortognáticas minimamente invasivas:

Depois de finalizada a cirurgia, cujo tempo varia de 2 a 4 horas dependendo de cada caso, o paciente é encaminhado para a sala de recuperação anestésica até que esteja pronto para ser transferido para o seu quarto. Ali ele permanece internado sob supervisão por, em média, 24 horas.

Atualmente, não é mais necessário realizar o bloqueio da boca, portanto, assim que retorna da anestesia, o paciente consegue respirar e se comunicar normalmente. Porém, ele ainda precisará de alguns cuidados especiais para garantir uma boa recuperação.

Como é o pós-operatório?

Com as técnicas minimamente invasivas, os acessos cirúrgicos são menores e as osteotomias (cortes nos ossos) são modificadas, tornando o pós-operatório mais confortável com menos edema pós-cirúrgico e pouca parestesia (sensação de formigamento ou dormência) uma vez que ocorre menos manipulação de tecidos moles e terminações nervosas.

Embora a rotina hospitalar pós-operatória não inclua mais o bloqueio da boca, o paciente precisará de um acompanhamento nutricional, visto que, no primeiro mês, é recomendado manter uma dieta pastosa ou líquida, de preferência fria ou gelada, para ajudar na cicatrização e diminuição dos edemas. O intuito é evitar esforços mastigatórios acelerando a recuperação dos tecidos. Com três ou quatro semanas após a cirurgia, o paciente poderá fazer uso de dietas um pouco mais densas, até voltar à sua rotina habitual.

No prazo de 15 a 30 dias, o paciente já pode retornar para algumas de suas atividades sociais. Porém, são necessários cerca de 3 meses para se envolver novamente com todas as suas atividades físicas regulares. Esse retorno gradativo é essencial para o sucesso do tratamento, pois esse tempo é necessário para que haja a consolidação óssea.

O inchaço na face, ou edema, é uma reação já esperada da cirurgia ortognática. Durante os 5 primeiros dias após o procedimento, ele atinge o seu ponto máximo. A regressão ocorre em cerca de 20 dias, no entanto, em alguns casos é possível perceber algumas alterações nos tecidos moles somente após meses da cirurgia. Nessa fase pós-operatória é feito o refinamento ortodôntico, período que pode durar, aproximadamente, de 6 a 8 meses, com uso do aparelho.

É fundamental seguir todas as recomendações do especialista no que se refere à alimentação, consultas de retorno e sessões de fisioterapia, além do acompanhamento nutricional. Também é muito importante realizar a higienização bucal corretamente, fazer uso certo das compressas, bem como administrar os medicamentos conforme a prescrição do profissional.

Existe uma idade ideal para a realização da cirurgia ortognática?

Não existe uma idade ideal para a realização da cirurgia. A partir dos 14 ou 15 anos nas mulheres e dos 16 a 18 anos nos homens, por conta da finalização da fase de crescimento, já é possível realizar o reposicionamento dos maxilares.

Pacientes com mais de 50 anos também podem se submeter à cirurgia, principalmente devido ao aumento da expectativa de vida da população em geral. Afinal de contas, a cirurgia ortognática permite trazer uma qualidade de vida e autoestima aos pacientes. Assim, o momento de vida de cada um determinará a realização ou não do procedimento, desde que o paciente apresente condições de saúde para isso.

Confira o vídeo do Dr. Luciano Del Santo sobre a idade ideal para realização da cirurgia ortognática:

Quais são os riscos da cirurgia?

Como qualquer outro procedimento desse porte, a cirurgia ortognática apresenta possíveis riscos. Esse é o caso da formação de hematomas na pele da face, além do já citado inchaço. Mas ambos costumam regredir em poucos dias.

Alguns pacientes podem manifestar, também, dormência nos lábios, na região abaixo dos olhos e na área do queixo. Essas reações demoram um pouco mais para regredir, podendo durar alguns meses ou até mesmo anos.

Outro possível risco é o enrijecimento da musculatura responsável pelos movimentos da mandíbula e as expressões faciais. Como consequência, ocorre uma alteração da expressão do paciente e limitações na amplitude da movimentação mandibular.

Daí a importância de realizar a cirurgia ortognática com um cirurgião bucomaxilofacial especializado nesse procedimento. É fundamental contar com uma equipe multidisciplinar de profissionais bem qualificados e experientes, como aqueles que trabalham com o Dr. Luciano Del Santo, referência em cirurgia ortognática em São Paulo.

O Dr. Luciano é o coordenador dos cirurgiões bucomaxilofaciais que atuam na Clínica Neo Face, juntamente com todos os demais especialistas que precisam acompanhar os pacientes submetidos à cirurgia ortognática. A equipe da clínica, além de ser composta por profissionais de diversas áreas, também conta com parceiros importantes no âmbito hospitalar, como os médicos anestesistas, profissionais responsáveis pela aplicação e monitoramento da anestesia geral.

Assim, na Neo Face você encontra toda a estrutura necessária para realizar um tratamento seguro e completo, com excelentes resultados funcionais e estéticos, preservando sua saúde e sua qualidade de vida.

Por isso, entre em contato conosco para conversar com a nossa equipe, saber mais detalhes sobre esse procedimento e conhecer as nossas instalações!

Saiba mais sobre a Cirurgia Ortognática com o Dr. Luciano Del Santo: